segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EJA EM SEGUNDO PLANO


Como em diversas áreas descritas nesta edição especial, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) passou por muitas mudanças, com importantes conquistas na legislação nos últimos 25 anos. Porém é difícil fugir da conclusão de que essa modalidade de ensino está relegada ao segundo plano na agenda dos governantes e da própria sociedade. Basta ver as alarmantes estatísticas sobre analfabetismo: 14,1 milhões de brasileiros com mais de 15 anos (9,7% da população) que não sabem ler nem escrever e mais de 38 milhões de analfabetos funcionais, incapazes de entender um texto mais complexo que um bilhete simples.

Os especialistas são unânimes em afirmar que a única forma de melhorar os indicadores é respeitar as especificidades desse público - gente que não terminou, ou nem sequer iniciou, o ensino regular. Entre os problemas apontados, estão o currículo (muitas vezes uma adaptação dos conteúdos do Ensino Fundamental), a formação inadequada dos professores, a prática de convocar voluntários (muitos sem preparo) para alfabetizar jovens e adultos e a polêmica em torno da idade mínima para matricular-se na EJA (hoje é 15 anos, há quem lute para aumentar para 18 anos, numa tentativa de forçar os mais jovens a permanecer nas redes regulares de ensino).

De um lado, a EJA passou a receber mais recursos graças ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), ainda que os valores pagos sejam os menores do sistema. De outro, há uma variedade de programas surgidos nos últimos anos, como Brasil Alfabetizado, Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) e Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que concorrem com a EJA e revelam as dificuldades de apontar um caminho eficaz para o setor.

O resultado dessa falta de consenso são altos índices de evasão: 42,7% dos 8 milhões de brasileiros que frequentaram classes de EJA até 2006 não concluíram nenhum segmento do curso, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007. E, tão preocupante quanto, a redução no total de matrículas nesse segmento: de 3,5 milhões de estudantes, em 2006, para 2,8 milhões, no ano passado, apenas no Ensino Fundamental. Mudar essa realidade é essencial para garantir que o Brasil ocupe um lugar de mais destaque no cenário internacional.

Professora da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Quais são os desafios da EJA?
Pensar em um modelo mais flexível de escola, conectado com a vida. Além disso, investir na formação docente, com mais disciplinas obrigatórias e optativas na graduação. Afinal, o papel desses professores não é preparar os estudantes para o futuro, como ocorre com as crianças, mas ter um olhar mais sensível a tudo que é relevante para esses jovens e adultos, da saúde à religiosidade.

FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA

EDITADO POR RENATA DE SOUSA PINHEIRO.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

17% DOS PROFESSORES NÃO TEM FORMAÇÃO IDEAL PARA DAR AULA.


Lei exige formação superior para docentes a partir do 6º ano do fundamental

MEC reconhece que a situação é ilegal e pode afetar aprendizado, mas diz articular políticas para sanar a questão

MARÍLIA ROCHA
NATALIA CANCIAN
DE SÃO PAULO


No Brasil, 16,8% dos professores da rede pública não têm formação suficiente para exercer a profissão e estão em situação irregular.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) exige que os docentes do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio tenham formação superior, mas 208 mil professores dessas séries concluíram apenas o fundamental ou o médio.

Por Estado, a pior situação é na Bahia, onde 50,8% dos 96,5 mil docentes dessas séries não completaram o ensino superior. Já São Paulo tem a melhor taxa nacional: 2,25% dos 238.667 professores dessa fase do ensino não terminaram a faculdade.

O levantamento, feito com base em dados do Inep (instituto ligado ao MEC) reunidos em 2009 e atualizados em janeiro deste ano, abarca o total de 1,2 milhão de professores que dão aulas nas séries em que há essa exigência.

O índice é praticamente o mesmo de 2007 (16%), quando se fez o primeiro levantamento nacional do tipo. Erivan Santos, 20, ilustra essa situação. Ele começou a dar aulas na rede pública aos 19 anos e atualmente ensina geografia numa escola particular de Acajutiba, na Bahia, enquanto está no segundo ano de pedagogia.

"Para dar aula de geografia, basta ter um bom entendimento do assunto e saber passar isso para os alunos. Não precisa de conhecimento aprofundado, não", diz.

"Esses professores estão em situação irregular e terão de fazer uma licenciatura", afirma a pesquisadora Ângela Soligo, da Faculdade de Educação da Unicamp.

O fundador da ONG Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, diz que o percentual de docentes sem faculdade também descumpre metas do Plano de Educação Básica. "Parte desses professores vem de cidades menores, onde, em geral, só se estuda até o ensino médio", afirma.

OUTRO LADO

A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Almeida e Silva, admite que a situação dos professores sem formação suficiente "fere a lei" e pode comprometer a aprendizagem.

Segundo ela, estão em curso políticas articuladas com governos locais para sanar a questão. "Nunca temos resultados rápidos em educação, mas as políticas atuais estão bem estruturadas."

A diretora do Instituto Anísio Teixeira (que forma docentes na BA), Irene Cazorla, diz desconfiar que os dados estejam "superestimados".

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PROJETO "ERRADICAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO E CONTEMPORÂNEO


Hoje (21/02) os profissionais do Ceja “Creuslhi de Souza Ramos” reestruturaram o projeto “Erradicação do Trabalho Escravo Contemporâneo” em nossa região.

Tendo como finalidade sensibilizar, a comunidade escolar e a sociedade em geral no combate e erradicação do trabalho escravo contemporâneo, sobre os direitos trabalhistas do cidadão, reforçando, a importância de construir uma rede de informações e relações para enfrentar esse tipo de exploração.

O projeto será distribuído por área de conhecimento. No primeiro momento os professores irão elencar as atividades as quais serão trabalhadas com os alunos, sendo que as mesmas serão todas voltadas para o tema desse projeto, onde cada área fará seu subprojeto.

Após a realização de todas essas atividades ocorrerá à socialização para a sociedade confresense, com as apresentações culturais de todos envolvidos no projeto.

Esse ano contaremos com parcerias do: Cefapro de Confresa, CPT de Porto Alegre do Norte-MT,Ministério Público, Senar, Conselho Tutelar, Sintep, Pastoral da Juventude, COETRAE (Seduc), Sindicato dos trabalhadores Rurais de Confresa e Secretaria de Educação e Desporto e Lazer de Confresa.

Esse projeto será relevante para esclarecer a comunidade escolar e sociedade sobre toda a trajetória do trabalho escravo no Brasil e no nosso estado de Mato Grosso e principalmente nossa região.

CLICK NO LINK ABAIXO E ACESSEM O NOSSO PROJETO

ERRADICAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO E CONTEMPORÂNEO


RENATA DE SOUSA PINHEIRO

COORDENADORA DA ÁREA DE CIÊNCIA DA NATUREZA E MATEMÁTICA

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Inatismo, empirismo e construtivismo: três ideias sobre a aprendizagem



Platão, Aristóteles e Jean Piaget pensaram em diferentes concepções sobre a aquisição dos conhecimentos. Conheça as bases de cada uma

Beatriz Santomauro (bsantomauro@abril.com.br)

Seja bem-vindo a uma investigação que já dura mais de 2 mil anos e não tem data para acabar. Em torno das indagações que ela provoca, estudiosos das mais diversas áreas de conhecimento humano gastaram toneladas de saliva, montanhas de papel e enorme esforço intelectual. O desafio de dois milênios pode ser resumido em duas perguntas: como o ser humano aprende? E como criar as melhores condições possíveis para que o aprendizado ocorra na escola?

Inatismo, o saber congênito

A busca por respostas começa na Antiguidade grega, com o nascimento do pensamento racional, que busca explicações baseadas em conceitos (e não mais em mitos) como uma forma de entender o mundo. Para os primeiros filósofos, a dúvida consistia em saber se as pessoas possuem saberes inatos ou é se possível ensinar alguma coisa a alguém.

Platão (427-347 a.C.) firmou posição a favor das ideias congênitas. Defendendo a tese de que a alma precede o corpo e que, antes de encarnar, tem acesso ao conhecimento, o discípulo de Sócrates (469-399 a.C.) afirmou que conhecer é relembrar, pois a pessoa já domina determinados conceitos desde que nasce.

Chamada de inatismo, essa perspectiva sustenta que as pessoas naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas trazendo o saber à consciência e organizando-o. "Em resumo, o estudante aprende por si mesmo", escreve Fernando Becker, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no livro Educação e Construção do Conhecimento.

Mesmo que a noção de aprendizado como reminiscência não encontre eco na ciência contemporânea, algumas ideias inatistas ainda pipocam nas salas de aula. Para o bem e para o mal: se por um lado é interessante levar os alunos a procurar respostas para suas inquietações com independência crescente, por outro é lamentável que muitos docentes sigam explicando o baixo rendimento escolar de certos estudantes (sobretudo os de "lares desestruturados") porque eles "não têm habilidade para aprender".

Inatismo
Precursor: Platão (427-347 a.C.)

Defende que as pessoas nascem com saberes adormecidos que precisam ser organizados para se tornar conhecimentos verdadeiros. O professor só auxilia o aluno a acessar as informações.

Trecho de livro comentado
"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre vós que eram aptos para governar, misturou-lhes ouro na sua composição, motivo por que são mais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e bronze aos lavradores e demais artífices."
Platão, no livro A República

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Aparelho de multimídia chega a 20 mil escolas este semestre


Projetor, computador, televisão, aparelho de som, microfone e DVD. Um só aparelho, desenvolvido pelo Ministério da Educação, em parceria com as universidades federais de Pernambuco e de Santa Catarina, substitui todos os equipamentos citados pelo preço unitário de R$ 1,4 mil. O projetor ProInfo será produzido pela mesma empresa responsável pelas urnas eletrônicas usadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O pedido inicial, de 20 mil aparelhos, para atender o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), do MEC, está em fase de produção. As unidades devem chegar às salas de aula de escolas públicas até o fim deste semestre.
Além dos ganhos financeiros e pedagógicos, o principal destaque da inovação tecnológica é o ganho de tempo. “Antes, o professor precisava deslocar os estudantes até um laboratório ou levar TV com vídeo e projetor até a turma, fora o trabalho de conectar cabos e fazer testes”, explica José Guilherme Ribeiro, diretor de infraestrutura em tecnologia educacional do MEC.
Com o projetor ProInfo, a burocracia diminui. O aparelho pesa pouco mais de quatro quilos e pode ser conectado à internet apenas com uma tomada. Não é preciso configurá-lo, nem instalar softwares. Equipado com sistema wireless, ele permite o acesso à internet e projeta o conteúdo em qualquer parede.
Em dezembro de 2010, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fez registro de preço para o projetor. Os municípios, estados e Distrito Federal podem adquiri-lo com recursos próprios ou de outras fontes por meio de adesão à ata de registro de preços decorrente do Pregão nº 42/ 2010. O registro apresenta preço — válido por um ano — divulgado pela empresa que ganhou o processo licitatório. Inicialmente, a produção mínima é de 20 mil aparelhos, mas o edital prevê a compra de até 80 mil. “Com os 20 mil aparelhos que serão distribuídos a escolas públicas neste semestre, beneficiaremos indiretamente 15 milhões de estudantes”, diz José Guilherme.
Parceria — A criação do equipamento mobilizou cerca de 20 pesquisadores e 300 escolas públicas. As escolas testaram os aparelhos e sugeriram mudanças. Orientador educacional em uma das escolas que testaram o projetor ProInfo no Distrito Federal, o professor Wellinton Maciel acompanhou de perto a parceria responsável pela criação do dispositivo. “Os professores sugeriram mudanças no peso, no formato e até mesmo na posição da tomada”, revela.
O principal benefício, de acordo com o professor, está no fator motivador. “Acoplar o conteúdo a som, imagem e movimento deixa os estudantes envolvidos”. Para driblar a possibilidade de acesso a material não confiável pela internet, Maciel sugere páginas certificadas pelo MEC. O Portal do Professor, por exemplo, contém aulas prontas em formato multimídia. “Tem também o Domínio Público. É bastante conteúdo”, afirma.
Ana Guimarães
FONTE: www.mec.gov.br

CURSOS ON LINE DE MATEMÁTICA

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Cálculo mental (INSCRIÇÕES ABERTAS)
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Instituto Ayrton Senna

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

SEMANA PEDAGÓGICA



Deu-se início hoje 14/02 no Centro de Educação de Jovens e Adultos “Creuslhi de Souza Ramos” a Semana Pedagógica, que se estende até o dia 18/02, que tem como tema norteador de discussões “A convivência na perspectiva dos direitos humanos”.

Roteiro para a semana pedagógica

- 1º dia e 2º dia (todos os profissionais da escola)

- Abertura: Diretora (boas vindas/apresentação do roteiro da semana/entrega do kit pedagógico)

- Hino Nacional

- Leitura – carta Rosa Neide

- MSG: A MALA

- Discussão/reflexão: (dois grupos: Funcionários e Professores)

Avaliando o currículo nos aspectos: organização didática, regras de convivência, avaliação e formação continuada.

1. PPP

2. Regimento Escolar

- 3º e 4º dias – Planejamento por segmentos (dois grandes grupos funcionários e professores)

- Abertura:

- Hino Mato Grosso

Organização do ambiente e recepção dos alunos?

Projetos pedagógicos:

1. História e cultura Afro e indígena

2. Horta pedagógica

3. Cultura e artes

4. Biblioteca Escolar

5º dia – Socialização das propostas de trabalho:

1. Coordenador, professor, apoio.

· Planejamento das áreas

· Debater temas coletivos

Sustentabilidade ambiental

Diversidade (relações interpessoais)

Direitos humanos

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”

Paulo Freire

Semana Pedagógica

CEJA/ Confresa, 14 de fevereiro 2011.

Postado: Renata de Sousa Pinheiro